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Mais uma Casa Prisma, projeto de habitação popular desenvolvido pelo arquiteto e urbanista egresso da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Cassius Baumgarten, saiu do papel e será entregue em breve para uma família do Loteamento Jardim Europa, no bairro Areal. Feita a partir da utilização de placas cimentícias, a moradia tem um custo total de R$ 8 mil reais. 

Criado para ser de fácil montagem devido a construção modular, o projeto idealizado por Baumgarten prevê a utilização de materiais recicláveis como placas tetra-pak. Essa associação é responsável por dar agilidade à construção, evitar desperdícios e baratear o projeto. Além das placas externas de tetra-pak ou cimentícias, são utilizadas madeira de eucalipto na estrutura e aberturas, na parte interna chapas tipo OSB e na cobertura telhas de fibrocimento. 

Na primeira casa Prisma, entregue no começo de 2017, foram utilizadas placas tetra-pak. Já na segunda proposta, a opção foi por placas cimentícias. “Recebemos uma doação da empresa Brasilit, por isso usamos o material. A placa tetra-pak oferece maior resistência e conforto térmico, enquanto a cimentícia possui melhor acabamento e tem a compra mais acessível no mercado”, explica. 

A volumetria da Casa Prisma foi inspirada nos experimentos de Isaac Newton com prismas, que tem  a capacidade de dispersar a luz branca em várias cores. “A Casa Prisma também tem a função de dispersar o direito à moradia (luz branca) em sete elementos (cores) que devem ser assegurados a todas as pessoas”, informa.

Problemática da moradia 

Atuando junto ao Centro de Incubação de Empresas da Região Sul (Ciemsul/UCPel), o arquiteto trabalha para encontrar parceiros dispostos a apostar em um negócio de impacto social. “É possível existir programas habitacionais alternativos à lógica do mercado imobiliário. As famílias que mais precisam contar com o direito à moradia são aquelas que não têm acesso aos planos habitacionais atuais e ao crédito bancário”, comenta. 

Mais de 50 mil famílias em Pelotas enfrentam inadequação em suas moradias, como falta de banheiro e saneamento básico, coabitação, densidade excessiva, habitações improvisadas, entre outros. Outro ponto destacado pelo arquiteto é a necessidade de criação de uma política pública voltada à habitação. “Atualmente, o município possui um programa de regularização fundiária que não é eficiente, visto que não completa o ciclo de regularização jurídica dos lotes”, diz. 

 

Ações voltadas à moradia popular 

Foi ao cursar Arquitetura e Urbanismo na UCPel, mais precisamente a disciplina Habitação e Interesse Social, que Baumgarten começou a enxergar a arquitetura através de um outro olhar. Durante a faculdade foi o criador da Casa Pallet, ideia que acabou se tornando projeto de extensão e ganhou diversos prêmios nacionais. Duas casas, uma no bairro Dunas e outra na região do Pântano, foram construídas utilizando o conceito do Pallet.

Após formado, criou o programa Morar Bem e atuou como parceiro da UCPel em um projeto de Regularização Fundiária no município de Capão do Leão. Atualmente, além do projeto da Casa Prisma, possui uma startup sediada no Ciemsul juntamente com os sócios Josana Pires e Ricardo Nanini. Também integra projeto da Prefeitura de Pelotas e UCPel voltado à construção de banheiros em moradias inadequadas. O primeiro banheiro do projeto deve ser entregue em fevereiro de 2021.   

Redação: Rita Wicth – MTB 14101